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HISTÓRIA

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60 anos da ditadura: veja produções relevantes sobre tema

Texto: Keuly Vianney

n.noticiar@gmail.com

31/03/2024

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Há 60 anos, o Brasil vivia um dos seus períodos mais sombrios: o início da ditadura militar no país. A data ainda é controversa, pois alguns estudiosos defendem que o regime foi instaurado em 31 de março de 1964, enquanto outros alegam 1 de abril de 1964, após um golpe de estado na democracia vigente. Por 21 anos, os militares governaram a nação, instalando medo, restrição dos direitos políticos, perseguição e tortura a seus opositores, além de censura à imprensa e artistas. Como o tema voltou à baila devido à polarização política dos últimos anos, o Noticiar.net levantou produções culturais relevantes para entender um pouco mais sobre este contexto histórico de exceção.

Embora as canções "O bêbado e a equilibrista", composta por Aldir Blanc (1946-2020) e João Bosco e eternizada por Elis Regina (1945-1982), e "Para não dizer que não falei das flores", famosa na voz de Geraldo Vandré, sejam emblemáticas e clássicas para a época, o cinema e a literatura são as produções mais completas e densas sobre a ditadura. Afinal, elas revelam como as artes e a cultura em geral vão além da estética, pois criticam e levam à reflexão sobre momentos históricos, como no caso do regime militar brasileiro.

Repressão, violência e tortura nortearam o governo ditatorial que perdurou até março de 1985. Nesses 21 anos, foram cinco presidentes militares e 16 Atos Institucionais, incluindo o mais duro deles, o AI-5, assinado pelo general Costa e Silva (1899-1969) em 1968 e que durou 10 anos.

O AI-5 cassou direitos políticos e suspendeu as garantias constitucionais e institucionalizou a tortura, usada como instrumento do Estado. Mesmo com a perseguição e morte de opositores, os militares mantinham uma falsa democracia com o bipartidarismo político: a Aliança Renovadora Nacional (Arena), ligada ao regime, e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), considerada oposição tolerada pelos ditadores.

 

A redemocratização só veio em 1979 no governo do general João Batista Figueiredo (1918-1999), com a anistia aos acusados de crimes políticos que retornaram ao país após exílio. Já a volta da democracia se deu somente depois de 1985, com os brasileiros exercendo seu direito ao voto nas eleições diretas de 1989. Veja as produções selecionadas pela reportagem:

O dia que durou 21 anos

Considerado um dos documentários mais didáticos sobre como foi a implantação da ditadura militar no Brasil, o filme destaca a relação e a influência dos Estados Unidos nesse processo. O longa em preto-e-branco revela a participação da CIA e da própria Casa Branca na ação militar brasileira, com documentos secretos e gravações originais da época.

Dirigido por Camilo Tavares, o documentário se passa entre os anos de 1961, a partir da crise provocada pela renúncia do presidente Jânio Quadros (1918-1999), até 1969, com o sequestro por grupos armados do então embaixador americano no Brasil, Charles Burke Elbrick. Ótima produção para iniciar o entendimento do processo que levou o país para as mãos dos militares. Está disponível gratuitamente no Youtube no link.

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Comissão da Verdade

Para quem prefere pesquisar a fundo sobre as vítimas da ditadura, o mais indicado é a produção online da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo Rubens Paiva. Bem completa, a plataforma oferece vários documentos oficiais que revelam histórias dos perseguidos e mortos durante o regime ditatorial.

A produção dá acesso a relatórios, mortos e desaparecidos (com fotos, datas e informações das vítimas por ordem alfabética), arquivos e depoimentos. Uma forma de imaginar como as graves violações aos direitos humanos interferiram diretamente nas vidas dos cidadãos brasileiros que se opuseram à ditadura.

Há que se lembrar que somente 50 anos após o golpe, foi possível a conclusão do relatório de uma Comissão Comissão Nacional da Verdade sobre os crimes da ditadura militar. A produção pode ser acessada aqui.

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A ditadura envergonhada

O jornalista Elio Gáspari reuniu material durante 30 anos para escrever "A ditadura envergonhada", lançada em 2002. Este é o primeiro de cinco volumes que contam os momentos mais marcantes desse tempo sombrio, sendo considerado uma das obras mais importantes e completas sobre a história recente do país.

No livro, o jornalista reconstitui os momentos mais tenebrosos do regime militar, como a prática de tortura contra opositores. Nos anos seguintes, Gáspari lançou outros quatro títulos complementares: A Ditadura Escancarada, A Ditadura Encurralada, A Ditadura Acabada e A Ditadura Derrotada. Para quem gosta de ler, são mais de 4 mil páginas e milhares de fotos. As obras estão disponíveis nos principais sites de vendas de livros.

O que é isso companheiro?

Sob a direção de Bruno Barreto, o longa brasileiro lançado em 1997 foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Com um enredo atrativo e licenças ficcionais, a produção conta a história verídica do sequestro do embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Burke Elbrick, em setembro de 1969 pelos grupos guerrilheiros de esquerda MR-8 e Ação Libertadora Nacional, que resistiam contra a ditadura militar de 1964.

No elenco, grandes nomes do cinema nacional, como o passense Selton Mello, Fernanda Torres, Luiz Fernando Guimarães, Pedro Cardoso, Cláudia Abreu e o ator americano Alan Arkin, que viveu o embaixador. Uma boa pedida para complementar o documentário "O dia que durou 21 anos", indicado acima. Está disponível gratuitamente no Youtube no link.

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Mais produções

* Zuzu Angel (2006)

* O dia em que meus pais saíram de férias (2006)

* Cabra Marcado para morrer (1987)

* Deslembro (2019)

* Diário de uma busca (2010)

* Batismo de Sangue (2007)

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