SAÚDE
Vasos de plantas lideram em focos do Aedes; veja como evitar criadouros da dengue
Texto: Keuly Vianney
n.noticiar@gmail.com
22/07/2023
Os vasinhos e pratos de planta, junto com outros depósitos móveis, são os principais focos domésticos do mosquito Aedes aegypti em Minas Gerais, como confirmou o Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LirAa) 2023, divulgado esta semana pela Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG). Um alerta para Passos, que registrou mais de 12 mil casos da doença neste ano e, por isso, nada mais coerente do que combater o inseto dentro de casa.
Com 28,4%, os depósitos móveis, que incluem vasos ou frascos, pratos, bebedouros e materiais em depósitos de construção, lideraram os locais com maior incidência de foco do Aedes. Em segundo lugar, aparecem no levantamento da SES os depósitos passíveis de remoção ou proteção, como lixo, sucata e entulho, com 19,5%, seguido dos depósitos ao nível do solo em terceiro lugar com 16,6%.
Ao todo, foram sete os principais focos do Aedes, incluindo ainda tanques, piscinas, lajes, pneus e até os depósitos naturais, como flores e árvores, que acumulam água parada e servem de criadouro para as larvas do mosquito. Além da dengue, o inseto transmite a febre chikungunya e o zika vírus.
Confira infográfico abaixo divulgado pela SES com a colocação e porcentagem de cada um dos principais focos nas cidades mineiras:
Este foi o segundo LirAa no Estado em 2023, com pesquisa realizada entre 15 de maio e 2 de junho compilando dados enviados por 817 municípios. As informações apontam que 7,8% das cidades ainda estão em situação de risco e 45,7% em situação de alerta para a transmissão de dengue, chikungunya e zika. O resultado completo tem acesso pelo link https://www.saude.mg.gov.br/aedes/painel.
A SES lembrou que o Aedes aegypti circula durante todo o ano, sendo necessárias ações contínuas de prevenção e monitoramento. A incidência maior é quando aumentam o calor e as chuvas, mas no inverno também é possível manter atitudes para combater a procriação do mosquito. (veja 4 repelentes caseiros para espantar o inseto)
Além da responsabilidade do poder público de promover campanhas educativas e de prevenção, as pessoas também podem ajudar com medidas simples de limpeza no dia a dia. Veja as dicas que o Noticiar.net preparou, pesquisando em órgãos de saúde:
Vasos, frascos e pratos
*Fiscalize sempre para nunca deixar acumular água. Uma das principais recomendações é colocar areia ou terra até a borda do pratinho, com limpeza semanal.
*Plantas acumuladoras de água podem ser tratadas com água sanitária, colocando na proporção de uma colher de sopa para 1 litro de água, regando duas vezes por semana, no mínimo.
*Em casa, a recomendação é evitar o cultivo de plantas como bromélias ou outras que acumulem água em suas partes externas. No caso de plantas em água para criar raiz, é preciso vedar a boca do vaso com algodão, tecido ou papel alumínio, ou trocar a água e lavar o recipiente 2 vezes/semana.
*Atenção também para as vasilhas dos animais de estimação, que devem ser limpas todos os dias.
Lixo, sucata, entulho e materiais de construção
*O lixo deve ser armazenado em sacos plásticos e manter a lixeira sempre bem fechada, evitando jogá-lo em terrenos baldios.
*Materiais inservíveis, como latas, garrafas de vidro ou plástico, potes de iogurte, margarina ou maionese, calçados e brinquedos velhos, que são acumuladores de água, devem ser colocados no cesto ou saco de lixo de coleta rotineira de limpeza pública.
*Caso guarde garrafas de vidro ou plástico, mantenha-as sempre com a boca para baixo. E lave com mais freqüência, com água e sabão, os recipientes utilizados para guardar água, pelo menos uma vez por semana.
Caixa d'água, tanques, calhas, lajes, piscinas e ralos
*Todos esses locais devem ser mantidos bem tampados e nunca destampados. Observe sempre para não deixar água de chuva acumular sobre a laje e calhas entupidas, as quais devem ser limpas com maior frequência para que galhos e folhas não impeçam a passagem de água.
*Já as piscinas e fontes decorativas devem ser sempre limpas com água com cloro. Caso não for utilizá-las durante o inverno, reduza o máximo possível o volume d'água e aplique água sanitária semanalmente.
*Também é indicado colocar telas em ralos e outros pontos de escoamento.
*Alerta da SES: no inverno e o período de seca, quando parte da população acumula água em reservatórios, é importante atentar para vedação desses recipientes, que muitas vezes ficam mal tampados ou mesmo completamente destampados, o que favorece a penetração do mosquito fêmea para a colocação de ovos.
Pneus
*Se precisar guardar pneus velhos, atente se estão devidamente secos, retire toda a água e sempre mantenha-os em locais cobertos, protegidos da chuva. Uma boa opção é furar o pneu em seis pontos equidistantes e colocá-lo na posição vertical.
Bebedouros
*Se possível, reduza o número de bebedouros no estabelecimento. A recomendação é trocar a água 2 vezes/semana e escovar os bebedouros pequenos. Já os grandes devem ser limpos nas paredes quando houver troca de água.
De acordo com a SES, Passos computou até a data da pesquisa 12.421 casos prováveis de dengue, sendo 11.630 confirmados e nove óbitos. Uma possível morte continua em investigação. Neste ano, a cidade também teve seis casos prováveis de chinkungunya e 1 registro de zika.
Com esses números, Passos figura negativamente como a quinta cidade de Minas com maior número de casos de dengue no período, ficando atrás somente de municípios com uma população bem superior, como:
*Uberlândia: 25.662 casos
*Belo Horizonte: 16.012 casos
*Uberaba: 14.415 casos
*Contagem: 13.409 casos
*Passos: 12.421 casos
*Varginha: 1.988 casos
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