TURISMO
Nível do Lago de Furnas eleva otimismo para turismo da região
Reportagem: Keuly Vianney
n.noticiar@gmail.com
25/10/2022
O bom nível do reservatório da Represa Furnas, no Sul de Minas, elevou o otimismo para o turismo da região nos próximos meses, considerado de alta temporada. Na última semana, o Rio Grande registrou o melhor nível do reservatório para o mês de outubro nos últimos 10 anos, deixando empresários e representantes do setor turístico com boas expectativas.
Entre quinta e sexta-feira, o volume útil do Lago de Furnas chegou próximo dos 60%, como registrou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que levanta as estatísticas do nível dos reservatórios do Brasil. A última vez que o lago alcançou este nível foi em outubro de 2011.
Com este cenário, o turismo na região se mostra otimista, pois muitas atrações dependem do setor náutico, principalmente passeios de lancha, visita aos cânions e cachoeiras. Um dos trabalhos que garante a boa navegação no chamado Mar de Minas e a geração de energia é a defesa da cota 762m, considerada a mínima ideal para o uso múltiplo do lago e como estabelece a Emenda 106 da Constituição de Minas Gerais.
Para o vice-presidente do Circuito Nascentes das Gerais e Canastra, Luiz Carlos de Pádua, para o bom desenvolvimento do turismo regional, é necessário que o Lago de Furnas esteja acima da cota mínima de 762m no nível do reservatório. O circuito propões ações para 19 cidades turísticas da região, incluindo Capitólio, São José da Barra e São João Batista do Glória.
"Daqui para frente, vai trazer uma diferença grande e uma beleza bem diferente para intensificar o turismo na região, principalmente o náutico, o qual fomenta muito todas outras áreas de pousadas, restaurantes, lanchonetes e várias atrações. O turismo da nossa região é bonito de todas as formas, mas para um movimento e fluxo maior de turistas o nível do rio deve ser na acima da cota 762m", diz.
Há mais de 10 anos, o empresário Luiz Carlos atua em três frentes do setor turístico no Turvo, em Capitólio, com restaurante, passeios náuticos e pousada. Para ele, o setor turístico passou um momento complicado na última década devido à falta de chuvas, causando instabilidade do volume útil do Lago de Furnas.
"Tivemos momentos com nível baixo, chegando próximo a 750m. Nesse nível de agora, acima de 762m, e com as chuvas esperadas, com certeza chegaremos à cota máxima, o que favorece o turismo, gera emprego, impostos e renda na região", explica.
Quem compartilha do mesmo pensamento é o secretário executivo da Associação dos Municípios do Lago de Furnas (Alago), que congrega 34 cidade entorno da represa, Fausto Costa. Ele salienta que o lago tem um significado muito expressivo para a região, especialmente com um volume de água como se apresenta atualmente, acima da cota 762, representando movimento econômico, geração de emprego e renda para todos municípios banhados pelo Mar de Minas.
Lago de Furnas abrange 34 cidades; cota 762m é defendida para boa navegação / Foto: Divulgação
"Este ano de 2022, em que manteve o maior volume de água dessa década para este período seco, foi muito importante para reaquecer a economia das atividades voltadas para o turismo que vinham sofrendo muito com o baixo nível das águas do lago. Além de que, entrar na primavera com bastante água é a esperança de termos um lago bem mais cheio no próximo ano", avalia Costa.
Entretanto, ele chama atenção para a vigilância e manifestação dos envolvidos no Lago de Furnas para que o governo federal não use as águas de Furnas para atender outros interesses econômicos em detrimento das atividades turísticas da região.
"A nossa garantia de lago cheio será com a mudança da outorga pela Agência Nacional de Águas, para a utilização das águas para fins energéticos na Hidrelétrica de Furnas, no sentido de manter sempre a cota mínima 762", afirma.
A quantidade de água no Lago de Furnas vem apresentando melhora desde o primeiro semestre de 2022, conforme o ONS. No final de abril, o nível do Rio Grande foi de 766,2m com 85% de volume útil, recorde de melhor nível nos últimos 10 anos.
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