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SAÚDE

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Foto: Aluísio de Souza

Depressão, ansiedade, suicídio: como anda saúde mental em 25 cidades da região de Passos

Reportagem: Keuly Vianney
n.noticiar@gmail.com

02/09/2023

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Neste mês do Setembro Amarelo, época para conscientizar e prevenir sobre o suicídio, o Noticiar.net foi averiguar como anda a saúde mental na região de Passos baseada nos números do Observatório da Atenção Primária à Saúde (APS), o qual disponibiliza informações sobre a saúde geral no Brasil. Em 25 cidades, a reportagem levantou os dados mais atuais sobre suicídio, depressão e ansiedade, algumas das doenças mentais que mais afetam o dia a dia de pessoas que vivem numa sociedade apressada, estressada e com avalanche de informações a todo minuto.

O Observatório da APS é coordenado pela Umane, associação filantrópica independente que apoia e incentiva a melhoria nas condições e promoção da saúde a fim de aumentar a qualidade de vida da população brasileira. A plataforma, que pode ser acessada aqui, disponibiliza dados, análises, pesquisas e informações do setor, tendo como fontes órgãos como Agência Nacional de Saúde Suplementar, Datasus, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dentre outros. 

No caso de suicídios, os dados mais atuais do Observatório são de 2021, oferecendo taxa de cada cidade na proporção por 100 mil habitantes e não por número de casos. Por isso, muitas vezes um município menor aparece com índices maiores de mortes por suicídio em comparação a uma cidade com população superior ao número de habitantes. 

A partir deste princípio, nos cinco primeiros lugares Alpinópolis com 31,8 lidera na região com a maior taxa de suicídio em 2021, seguido de Alterosa (29,4), São João Batista do Glória (28,3), Pratápolis (25,3) e Guaranésia. Já os municípios de São José da Barra (14,1), Passos (11,9), Ibiraci (7,5), Itaú de Minas (6,5) e São Sebastião de Paraíso (5,9) apresentaram os índices mais baixos.

 

Veja gráfico abaixo com 15 cidades da região que aparecem no levantamento do Observatório da APS: 

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Fonte: Observatório da APS

Seis cidades não registraram mortes por suicídio naquele ano, conforme o Observatório. São eles: Bom Jesus da Penha, Capitólio, Cássia, Fortaleza de Minas, Jacuí e São Roque de Minas. 

Os números da região devem servir de alerta, pois algumas cidades apresentaram índice  superior de suicídios na comparação com outras localidades mineiras, como no caso de Varginha com taxa de 10, e a capital Belo Horizonte, que constatou  o dado de 7,9. 

Depressão
Sobre a depressão, doença mental que vem aumentando em todo o mundo, como indica a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Observatório da APS apresenta dados de 2022, mostrando número de internações e na proporção por 100 mil habitantes. 

 

Ao todo, foram registradas 70 internações por depressão em 15 cidades da região durante o ano passado. Cássia aparece na primeira posição com 14 internações, Monte Santo com 10, Guaranésia e Passos empatadas com 7 internações cada uma. 

 

No gráfico abaixo, confira os dados de pessoas que precisaram se internar na região por conta de sintomas depressivos divulgados no site do Observatório com índices na proporção por 100 mil habitantes: 

Região de Passos 2021 (3).jpeg

Fonte: Observatório da APS

No Observatório, também há informações sobre gastos e a média de dias de internação por depressão no ano passado. Em 2021, o número de internações de depressão aparecem somente com a taxa na proporção por 100 mil habitantes. Nesse caso, o Observatório da APS aponta os seguintes números: 
*Cássia: 78,1
*Capetinga: 76,6
*Monte S.Minas: 74,5
*Itamogi: 74,4
*Itaú de Minas: 45,8
*Ibiraci: 37,3
*Pratápolis: 25,3
*Carmo do Rio Claro: 15
*Alterosa: 14,7
*S.S.Paraíso: 7,3
*Piumhi: 6,1
*Guaranésia: 5,6
*Passos: 2,7

Ansiedade
Atendimentos de ansiedade também foram registrados pelo Observatório em 2021, mas em apenas quatro cidades da região, somente na proporção por 100 mil habitantes. Nesse caso, a maior taxa ficou com São Sebastião do Paraíso (7,3), vindo depois Piumhi (6,1), Guaranésia (5,6) e Bom Jesus da Penha (0,2). A título de comparação, Belo Horizonte apresentou taxa de 0,2 e Varginha de 0,8.

Especialistas de saúde mental alertam que a permanência dessas duas doenças mentais, depressão e ansiedade, podem perdurar por muito tempo e, se não forem devidamente tratadas, podem levar ao suicídio. Dentre os principais sintomas, destacam-se tristeza, alteração de humor, do sono e de apetite, tanto em crianças, adultos ou idosos.

Setembro Amarelo
Em 2023, a campanha do Setembro Amarelo, criada e promovida pela  Associação Brasileira de Psiquiatria em parceria com o Conselho Federal de Medicina, tem como lema "Se precisar, peça ajuda!". Desde 2014, as duas instituições vêm conscientizando sobre a prevenção do suicídio, considerado um problema de saúde pública que impacta não só no núcleo familiar, mas em toda sociedade. 

Acesse e baixe aqui a cartilha especial da campanha deste ano com dicas de prevenção. Conforme a OMS, a cada ano o número de pessoas que decidem tirar a própria vída são superiores ao diagnósticos de HIV, malária, câncer de mama ou ainda guerras e homicídios. E os números têm aumentado entre os jovens de 15 a 29 anos, sendo a quarta causa e morte depois de acidentes no trânsito, tuberculose e violência interpessoal. 

No Brasil, o Ministério da Saúde divulgou em setembro de 2022 um aumento de 49,3% nas taxas de suicídio entre adolescentes de 15 a 19 anos, de 2016 a 2021, chegando à taxa de 6,6 por 100 mil habitantes. Já entre adolescentes de 10 a 14 anos, o índice foi de 1,33 por 100 mil.  

 

Entre os adultos, as taxas são de 12,6 para 100 mil homens contra 5,4 para cada 100 mil mulheres. Por isso, é considerado um fenômeno complexo, que pode afetar indivíduos de diferentes origens, sexos, culturas, classes sociais e idades. 

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