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PANDEMIA
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Onde ‘passaporte sanitário’
já é realidade para vacinados
Com o avanço da vacinação contra a Covid-19, muitas pessoas se perguntam como será a vida na pós-pandemia. Embora especialistas alertem que o novo coronavírus não irá embora tão cedo, alguns países começaram a esboçar neste ano os dias do novo normal e já adotaram o chamado ‘passaporte sanitário’, que dá direito aos vacinados de participarem de eventos, viajar e sair de casa com mais segurança e tranquilidade.
Onde a imunização está mais avançada, como no caso de Israel, Estados Unidos e Inglaterra, o governo tenta retomar a economia e algumas pessoas já se permitem uma maior circulação. Nesta edição, o Noticiar.net mostra um resumo do que está acontecendo nestes locais e que pode servir de exemplo para o Brasil nos próximos meses, caso venha a se somar aos países que propiciem a vacinação em massa da população com mais rapidez.
Nesses países, o passaporte sanitário só é concedido a quem já tomou a segunda dose do imunizante contra a Covid-19. Embora o documento dê um certo alívio, especialistas, como o microbiologista Atila Iamarino, alertam que somente a vacinação não é a saída para conter o vírus. É necessária uma política de saúde que combine medidas conjuntas, como isolamento, distanciamento, lockdown quando necessário, higienização, uso de máscara, etc. Só assim, é possível interromper a transmissão, evitar o colapso hospitalar e reduzir número de mortes pela doença.
Por isso, nunca é demais lembrar, mesmo para os vacinados: evite aglomerações, fique em casa, use máscara, higienize mais as mãos ou use álcool em gel. Veja como cada país se organizou para colocar em prática a ideia de que os vacinados podem ter maior liberdade no seu cotidiano.
Israel
Em Israel, já entrou em circulação o passaporte verde para os vacinados contra o novo coronavírus nas últimas semanas de março. Emitido pelo Ministério da Saúde e com validade de seis meses, o documento só é concedido a quem tomou as duas doses, dando direito a freqüentar eventos esportivos, culturais e descarta a quarentena no caso de viagem ao exterior. Ir a academias, bares, festas com número restrito de pessoas, sinagogas e hotéis também já é permitido.
No primeiro trimestre deste ano, Israel apareceu como o país com número mais alto de vacinação no mundo, tendo 56% de sua população maior de 18 anos vacinada com a segunda dose e 51% com a primeira dose. Por isso, recuperados do novo coronavírus, mas que não são elegíveis para a vacina, também podem solicitar o passaporte por um tempo determinado.
Israel é o país que mais vacinou no mundo, com 56% da população imunizada com segunda dose
Estados Unidos
Pioneiro nos Estados Unidos, o Estado de Nova York já começou a aceitar em março o Excelsior Pass, um tipo de passaporte digital por meio de aplicativo gratuito e voluntário que verifica se o usuário está vacinado contra a Covid-19 ou se testou negativo para a doença recentemente.
O Excelsior Pass funciona como um passe digital com QR Code, o qual pode ser impresso ou armazenado no celular, funcionando tanto para Android ou IOs. Empresas e locais usam um app complementar para escanear o QR code e verificar a condição da pessoa quanto ao novo coronavírus, mantendo os dados seguros e confidenciais.
Nova York é pioneira em disponibilizar o Excelsior Pass nos Estados Unidos
Com a plataforma, espera-se agilizar a reabertura de estádios esportivos, casas de shows, restaurantes e outros empreendimentos, obedecendo às diretrizes do Departamento de Saúde do Estado de Nova York. A partir de abril, o passaporte seria aceito também nos setores de artes, entretenimento e eventos menores.
Dois testes já foram realizados com o Excelsior Pass: um jogo de basquete no Barclays Center no final de fevereiro e uma partida de hóquei no gelo no Madison Square Garden, no ínicio de março. O governo americano espera, junto com empresas, adesão em todo país, pois há críticas de que o passaporte sanitário limitaria o acesso aos estabelecimentos por pessoas que não querem ou não podem ser vacinadas contra a Covid-19.
Reino Unido
O governo britânico já anunciou que começa a testar o passaporte Covid-19 neste mês, como uma das medidas de redução gradual das restrições no Reino Unido. Com o documento, as pessoas comprovam a imunização ou que possuem teste negativo ou anticorpos contra a doença.
Os primeiros locais a receberem os vacinados serão os cinemas e eventos esportivos. No Reino Unido, metade da população adulta já foi vacinada com, pelo menos, a primeira dose da vacina.
O teste dos passaportes ocorre até meados de maio, liberando a entrada em teatros e eventos como a semifinal e a final da Copa da Inglaterra e um campeonato de bilhar em Sheffield, no norte inglês.
Outra alternativa no país seria um requerimento ou certificado de papel emitido pelo sistema de saúde britânico para que a pessoa demonstrasse sua situação em relação à Covid-19. Mas, o governo não deseja que o documento seja usado no transporte púbico ou em lojas não essenciais, que devem reabrir em 12 de abril.
União Europeia
A União Europeia também já estuda a circulação de um passaporte sanitário até meados de junho, em versão física ou digital. Num primeiro momento, o documento vai informar por meio de QR code se a pessoa foi vacinada, se já foi infectada pelo novo coronavírus, se possui ou não anticorpos para a doença e ainda o resultado de exames.
Enfim, informações sobre o histórico de saúde do usuário em relação à Covid-19. De acordo com a Comissão Europeia, o documento não seria obrigatório, mas poderá ser solicitado ao viajante para embarque aéreo, em eventos e até na entrada de lugares públicos. O maior objetivo é que o documento seja utilizado para viagens dentro do bloco no próximo verão.
União Europeia autorizou quatro tipos de vacinas para os integrantes do bloco
Entretanto, alguns países, como a França, já criticam que o passaporte não poderia depender apenas da vacinação contra a Covid-19, pois causaria discriminação com quem ainda não conseguiu ser imunizado. Atualmente, a UE autorizou quatro vacinas: Pfizer/BioNtech, Moderna, Oxford/AstraZeneca e Johnson & Johnson.
China
Desde o início de março, a China lançou seu passaporte sanitário para verificar a situação de vacinação dos chineses e os testes realizados para detectar a Covid-19. O país trabalha com um código QR encriptado e usa o app We Chat, semelhante ao Whatsapp.
App We Chat é usado pelo governo chinês para informar sobre Covid-19
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O QR code permite que as autoridades chinesas e de outros países se informem sobre a saúde dos viajantes chineses no tocante ao novo coronavírus. O país já usa apps desse tipo para possibilitar o acesso ao transporte nacional e espaços públicos. Mas, o certificado sanitário internacional não é obrigatório e está disponível somente para seu uso por cidadãos chineses.
A proposta com o passaporte sanitário é ajudar a promover a recuperação econômica mundial e facilitar viagens internacionais, conforme informações divulgadas pelo governo chinês.