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ECONOMIA
Reprodução Banco Central
Especialista em finanças dá
dicas para começar a usar Pix
Texto: Keuly Vianney
WebDesign: Hanna Teixeira
17/11/2020
As transações econômicas pelo Pix começaram para valer nesta semana. Desde ontem, o pagamento instantâneo brasileiro criado pelo Banco Central permite que recursos sejam transferidos entre contas bancárias em poucos segundos, 24h/dia e 7 dias na semana. Mas você já sabe quais as principais vantagens deste sistema? O Noticiar.net ouviu um especialista em finanças para te ajudar a entender como este novo meio funciona e começar a usá-lo rapidinho.
Para o professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas (IFSulde Minas), campus de Passos, Arnaldo Camargo Botazini Junior, bacharel em Ciências Contábeis, especialista em Auditoria e Contabilidade, as vantagens centrais do Pix consistem na rapidez da operação instantânea, confirmação do recebedor pelo pagador e o baixo custo.
“O Pix surge como uma justa contextualização das operações bancárias quando, em plena era da tecnologia da informação, não mais se justifica a demora no processamento das transações e, sobretudo, as injustificáveis tarifas bancárias para o seu processamento, inclusive porque as instituições financeiras passariam a participar do processo apenas convalidando as transações que serão inteiramente feitas por seus clientes, sem necessidade de intermediações”, explica o especialista, que também é Mestre em Planejamento e Análise de Políticas Públicas.
Para ele, o Pix promete ser um grande aliado nas finanças pessoais e na vida das empresas justamente pela promessa de agilidade e baixo custo. “Para as empresas, para quem a máxima "tempo é dinheiro" é condição sine qua non para se manterem competitivas, o Pix simboliza esse alcance de economicidade e celeridade, sempre bem-vindas nesse universo. Quanto à vida das pessoas, cada vez mais invadida pela tecnologia, a novidade chega como algo a ser incorporado às nossas rotinas e, uma vez dominada, algo amigável e que vai sendo cada vez mais difundido com o uso recorrente”.
Arnaldo Botazini é professor no IFSUL de Minas e especialista em Auditoria e Contabilidade / Foto: Divulgação
Dicas
No primeiro dia oficial do Pix ontem, o Banco Central divulgou o registro de mais de 1,9 milhão de transações pelo novo meio digital. O professor Arnaldo Botazini dá algumas dicas para quem está iniciando o uso da ferramenta ou ainda para aqueles com receio do sistema. O primeiro conselho é experimentar.
“As dicas são no sentido de experimentar seus benefícios e romper com o receio de que possa ser algo inseguro, quando é justamente o contrário. É aconselhável olhar para o próprio relacionamento que cada um mantém com seus bancos, recordando de quantas outras situações semelhantes já foram vividas e sempre no sentido de trazer mais conforto e economia para os clientes”, orienta.
Ele lembrou que o brasileiro tem exemplos práticos nos últimos anos, como no caso da substituição do atendimento presencial pelo virtual ou eletrônico, como nos terminais bancários, aplicativos e a internet. Também está na lista a troca das transações por meio de dinheiro em espécie ou cheques pelos cartões magnéticos.
“Hoje, a ausência dessas comodidades são impensáveis para a fruição da vida moderna. Quanto aos mais resistentes, que se aproximem dos que já usaram para conhecer suas experiências”, diz o especialista.
O professor acedita que o Pix é uma realidade que veio para ficar, com adesão rápida e expressiva de quem já lida melhor com a tecnologia e faz uso de cartões magnéticos. Por outro lado, acredita que há uma população significativa tendendo a aguardar para adesão definitiva.
“Toda novidade, ainda mais quando se trata do sistema financeiro brasileiro, costuma vir acompanhada de uma enorme desconfiança por parte dos usuários, que temem por uma série de questões que vão desde a simples dificuldade em saber operar o novo meio de pagamento e transferência até questões ligadas à segurança e sigilo de informações, como o receio quanto ao Pix. Portanto, é bem provável que haja uma resistência inicial, como já se experimentou em ocasiões anteriores, o que tende a ser vencido com o passar do tempo, quando consolidado e popularizado o procedimento”.
Ele faz uma projeção de que até 20% das transações serão efetuadas de imediato por meio do Pix, sendo que num espaço de 2 anos, os pagamentos via sistema devem chegar a 50% no médio prazo.
“Esta é minha impressão pessoal na realidade que vivemos. Mas o que pode ser condicionado por imperativos de se não aceitar pagamentos por outro meio por parte dos estabelecimentos, por exemplo, o que de certo modo já aconteceu com outras formas de relacionamento, como os cheques, ou até mesmo por determinação do Banco Central, que possa a vir a estabelecer o novo meio como único, mas isso eu creio que vá demorar”, avalia.
Neste link do Banco Central, você pode obter todas as informações sobre o Pix divulgadas pela instituição. Confira na Galeria abaixo as principais características do sistema (arraste para o lado e clique nas fotos para ler as legendas).