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Centenário de 

Foto: Reprodução

Reportagem e Edição: Keuly Vianney | WebDesign: Hanna Teixeira | 09/12/2020

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Considerada uma das principais escritoras brasileiras do século 20, Clarice Lispector completaria 100 anos nesta quinta-feira, 10 de dezembro. De ascendência judaica russa, nasceu em 1920 na Ucrânia, mas a família logo mudou-se para Maceió e, depois, Recife fugindo da perseguição a judeus na Guerra Civil Russa. No Brasil, naturalizou-se brasileira e tornou-se uma grande jornalista e escritora, produzindo romances, contos, crônicas, literatura infantil, além de entrevistas e artigos em jornais.

Escrever sobre a vida cotidiana e os conflitos psicológicos tornaram-se sua marca registrada, transformando-a numa das maiores representantes do terceiro período do modernismo brasileiro. Para comemorar a data, a Editora Rocco, que publica os livros da autora no Brasil, produziu o Podcast da Clarice, ouvindo especialistas e convidados para discutir as características e obras da escritora, bem como sua importância literária.

São 14 episódios divulgados desde julho e que terminam neste mês, quando se comemora oficialmente o centenário de Clarice Lispector. Ouça abaixo um dos episódios do podcast da Rocco, que dão uma ideia ainda maior sobre quem ela era e como transcrevia suas histórias para as páginas de um livro. Os fãs também podem ouvir os outros podcasts no Spotify. 

Especialmente amanhã, a editora também promove programação dedicando um dia inteiro à vida e obra de Clarice Lispector em suas redes sociais, com lives, leituras e minidocumentário. Haverá participação de cantores e escritores, além de um sorteio especial às 19h.

Outro lançamento comemorativo de 2020 são os livros de Clarice Lispector, com capas de quadros da própria escritora, que também se aventurou na pintura. Já estão disponíveis para compra online e formato e-book as obras A Paixão segundo G.H, Água Viva, Um Sopro de Vida, Todas as Cartas, A Hora da Estrela e A Via Crucis do Corpo. Confira informações sobre as obras na Galeria abaixo (clique nas fotos para ler as legendas).

Carreira

Apesar de nascer na Europa, Clarice sentia-se uma verdadeira brasileira, pois aqui morou desde bebê. Após a morte da mãe, aos 14 anos, foi para o Rio de Janeiro com a família. Nessa época, decidiu ser escritora e investiu na carreira, indo atrás de seu sonho ao fazer contatos com jornais que começaram a publicar seus textos.  

Estudou direito, mas sua paixão sempre foi a literatura. Em 1943, casou-se com o diplomata Maury Valente, com o qual morou em vários países e aprendeu diversas culturas. Naquele ano, lançou seu primeiro livro, Perto do Coração Selvagem, que já se destacou na literatura nacional ao narrar a história de Joana, da infância à maturidade e trazendo conflitos íntimos.

Mas o que mais sobressaiu foi a linguagem utilizada por Clarice, bem próxima das vanguardas literárias modernistas, fazendo com que a comparassem à Virgina Woolf e James Joyce. Polêmica, não ganhou de imediato a crítica especializada.

A partir daí, Clarice Lispector escreveu vários livros, sempre abordando a temática do cotidiano e a vida mais íntima, principalmente das mulheres e as complicações dos relacionamentos afetivos. Ela contava a vida de pessoas comuns, porém com um viés psicológico em narrativas lineares ou não.

As publicações de Lustre (1946), Água Viva (1973) e seu último livro, a novela A Hora da Estrela (1977), colocaram-na definitivamente no rol das grandes escritoras brasileiras. Faleceu aos 9 de dezembro daquele ano devido a um câncer no útero, um dia antes de seu aniversário, quando completaria 57 anos. Depois de sua morte, ainda foram lançadas duas obras, Um Sopro de Vida e a coletânea de contos A Bela e a Fera.

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