TURISMO
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Cânions de Furnas: 10 sugestões
da PC para melhorar segurança
Com o encerramento da investigação no dia 5 de março sobre o acidente nos cânions de Furnas, em Capitólio, no Sul de Minas, em janeiro deste ano, a Polícia Civil de Passos fez 10 recomendações para melhorar a segurança na área onde houve o descolamento de uma pedra matando 10 pessoas. As sugestões foram pesquisadas no inquérito e elencadas pelo jornalista Daniel Polcaro, do site Da Redação, que é parceiro do Noticiar.net, e será reproduzido na íntegra nesta reportagem.
Dentre as principais recomendações, estão mapeamento das zonas de risco, redução no número de embarcações e maior fiscalização por parte das instituições envolvidas no turismo regional. Os cânions continuam interditados pelos órgãos responsáveis até hoje, sendo proibidos os passeios da lancha pela região.
Conforme a investigação, conduzida pelo delegado de Passos, Marcos Pimenta, o acidente foi ocasionado por motivos naturais não apontando culpados diretos, embora a pedra já apresentasse aparentes indícios de desprendimento do paredão.
Baseada na perícia geológica, a polícia concluiu que a queda da pedra aconteceu por dois motivos: na parte inferior, pela correnteza provocada pela vazão de água da cachoeira que cai no rio grande e fica bem próxima à rocha; e na parte superior, onde o bloco se desprendeu devido à ação do vento e da chuva na pedra, que possui fendas, chamadas de fraturas, as quais são influenciadas por agentes naturais ao longo do tempo.
O paredão que desabou sobre o Mar de Minas e atingiu as embarcações tinha cerca de 900 toneladas, conforme cálculos da PC. Além disso, o delegado ressaltou que apenas crianças e idosos usavam colete salva-vidas no momento, item de segurança que deveria ser obrigatório para todos ocupantes das lanchas.
“A legislação municipal permite na região do acidente 40 embarcações ao mesmo tempo, número considerado alto pela PC, mas no momento da queda existiam 8, além de uma moto aquática. Um píer de fiscalização da prefeitura deixou de funcionar no local, embora nenhum desses fatores poderiam impedir o descolamento da rocha, ressalta o delegado Marcos Pimenta”, informa no texto o jornalista Daniel Polcaro.
Com a conclusão do inquérito, o material será enviado ao Ministério Público de Minas Gerais, o qual pode solicitar nova investigação ou concordar com a conclusão do caso.
A seguir, as 10 sugestões da Polícia Civil:
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Realização de mapeamento de todas as zonas de risco (movimento de massas) por geólogos e/ ou outros profissionais especializados no ramo e sua demarcação em campo e em planta
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Redução no número de embarcações nos cânions, que deverão apenas contemplar o local, em velocidade baixa e sem uso de aparelho sonoro
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Implementação do selo de identificação nas embarcações
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Identificação de todos os turistas que utilizarem embarcações, sendo que o controle/cadastro deverá ser armazenado/disponibilizado nos respectivos píeres
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Uso obrigatório de colete salva-vidas em toda a represa e capacete na região dos cânions e áreas semelhantes
Rocha que se desprendeu dos cânions de Furnas pesava cerva de 900 toneladas / Foto: CB
Cânions de Furnas continuam interditados para visita de embarcações / Foto: CB
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Maior integração entre os órgãos/instituições responsáveis pela concessão e fiscalização de empreendimentos turísticos
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Proibição de passeios turísticos na região quando houver comunicação de advertência pela Defesa Civil
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Fortalecimento das fiscalizações de engenharia, geologia e ambiental
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Exigência de estudo de risco e respectiva contenção para os empreendimentos turísticos
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Efetiva participação de Furnas e da concessionária Nascentes das Gerais na adoção de medidas preventivas de segurança