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DEGUSTE

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Comemore! Hoje é Dia dos Queijos Artesanais de Minas

Reportagem: Keuly Vianney

n.noticiar@gmail.com

16/05/2022

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A data de 16 de maio é muito importante para os mineiros e amantes da boa gastronomia: hoje se comemora o Dia dos Queijos Artesanais de Minas, iguarias que têm conquistado o mundo por seu sabor inigualável aliado a uma rica cultura, além de ser um dos principais destaques agropecuários do Estado, incluindo o queijo Canastra, no Sul de Minas. (veja aqui reportagem sobre maturação e diferenças dos queijos fresco, meia-cura e curado)


A data foi instituída em 2017 por meio da Lei Estadual 22.506, reconhecendo a importância desse tipo de queijo feito de leite cru e sem processo de pasteurização. Ao longo dos anos, o queijo minas artesanal ganhou respeito, chegando a ganhar muitos prêmios em concursos internacionais, principalmente na Europa, e concorrendo de igual para igual com queijos franceses de tradição secular. Este é o caso do Queijo Canastra, o qual vem sendo premiado em certames franceses nos últimos anos.    

Tudo por conta da cultura na produção do queijo artesanal feito em Minas, pois várias receitas costumam seguir tradições históricas de famílias e várias gerações de produtores rurais. Cada um deles possui características peculiares de sabor, que sofre influência do clima e da pastagem predominante, assim como a origem, manejo do rebanho e até o perfil do produtor também são determinantes no tipo de queijo de cada lugar. Esse conjunto de fatores forma o terroir do queijo mineiro tão apreciado atualmente. 


O dia e o mês escolhidos para comemorar os queijos artesanais mineiros remetem ao registro de 2008, do Modo Artesanal de Fazer Queijo de Minas nas regiões do Serro, Serra da Canastra e Salitre. Naquele ano, o jeito de produzir a iguaria foi lançado na categoria Saberes, pelo Conselho Consultivo do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), incluído no Livro de Registro dos Saberes. 

Um dos queijos artesanais feitos no Estado, o Queijo Minas Artesanal (QMA), é reconhecido também como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro pelo Iphan. Estimativas da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado Minas Gerais (Emater-MG) apontam que a produção de queijos artesanais gera renda e ocupação para cerca de 30 mil famílias de todas as regiões do Estado. 


Juntas, essas famílias produzem cerca de 85 mil toneladas do produto/ano. Somente o QMA, primeiro queijo artesanal mineiro a ser regulamentado em 2002 pela Lei Estadual 14.185, é a fonte de renda de aproximadamente 9 mil famílias.

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Queijo Minas Artesanal, o QMA, é patrimônio cultural imaterial brasileiro

Variedades
O QMA é uma das muitas variedades de queijo artesanal produzidas em Minas Gerais. Como outros tipos artesanais, ele é feito de leite de vaca cru, sem pasteurização e costuma seguir processos tradicionais de confecção em pequenas propriedades. “Foi o primeiro queijo a ser caracterizado no Estado. O leite cru tem de ser produzido, exclusivamente, na propriedade de origem do queijo. Utiliza pingo, coalho, salga a seco e passa por processo de maturação, adquirindo uma casca lisa e amarelada”, explica a coordenadora técnica estadual da Emater-MG, Maria Edinice Soares.


Nos dois últimos meses, Minas Gerais ganhou oficialmente mais duas novas regiões produtoras de QMA: Diamantina, que, além do município de mesmo nome, incluiu outros oito da redondeza, e Entre Serras da Piedade ao Caraça, que contempla as cidades de Catas Altas, Barão de Cocais, Santa Bárbara, Rio Piracicaba, Bom Jesus do Amparo e Caeté.

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Queijo do tipo cabacinha também é considerado artesanal e produzido em regiões do QMA

Com a oficialização dessas novas áreas produtoras de QMA, Minas Gerais totaliza agora 10 microrregiões caracterizadas: Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Diamantina, Entre Serras da Piedade ao Caraça, Serras da Ibitipoca, Serra do Salitre, Serro e Triângulo Mineiro. Conforme o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), somente produtores dessas regiões são autorizados a usarem o nome da localidade na embalagem.


Além das 10 microrregiões, no Estado mineiro há mais outras cinco regiões  produtoras do QMA. Isso significa que passaram por estudo que identificou e definiu o tipo de queijo. Essas regiões produzem os seguintes queijos artesanais: Cabacinha, Serra Geral, Vale do Suaçuí, Alagoa e Mantiqueira de Minas.

A Emater-MG atua em parceria com o IMA, órgão de inspeção sanitária, que registra as queijeiras do Estado e legaliza os estabelecimentos para que comercializem os produtos artesanais com segurança para o consumidor por todo país. Além do registro, entretanto, o produtor deve solicitar também o Selo Arte para vender o queijo além das divisas mineiras. 


Para legalizar o queijo, o produtor deve procurar o escritório da Emater-MG para receber orientação sobre o processo de legalização. 

ATeG da Faemg
Outra instituição que orienta os queijeiros mineiros é a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), que disponibiliza vários cursos e programas gratuitos aos produtores há quase 30 anos. 


Um desses treinamentos é o Programa de Assistência Técnica e Gerencial, o ATeG Agroindústria, que leva aos produtores de queijos o conhecimento técnico para aprimorar a produção, a gestão, e buscar a adequação necessária para atender a legislação sanitária. Dessa forma, o produtor expande a comercialização e transforma-se num empresário rural completo.

Na região, são várias histórias de sucesso de produtores atendidos pelos programas e cursos do Sistema Faemg, como em Vargem Bonita e São Roque de Minas, onde se produz o mais autêntico queijo Canastra. Dentre os benefícios do ATeG, estão aumento da renda, melhora da estrutura do negócio, premiação em concursos ou promovendo a sucessão familiar. 


Neste ano, diversos produtores atendidos pelo Sistema Faemg garantiram boas colocações em importantes concursos regionais de queijos, como o de Delfinópolis e São Roque de Minas. (Com informações da Agência Minas e Sistema Faemg)

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